A ansiedade está presente na vida de todos nós, para alguns de forma leve e para outros de forma mais intensa. O fato é que não podemos nos livrar totalmente da ansiedade, mas existem diversas formas de reduzir o sofrimento causado por ela.
Neste artigo você vai entender um pouco mais sobre esse assunto e como agir em situações onde a ansiedade está interferindo na sua qualidade de vida.
A ansiedade é um conjunto de reações que o nosso corpo desencadeia quando estamos diante da possibilidade de um risco. Desse modo, o nosso corpo se prepara física e mentalmente alterando o seu funcionamento cognitivo, fisiológico e comportamental. Em outras palavras podemos nos referir a ansiedade como uma espécie de radar responsável por antecipar situações que possam nos colocar em perigo.
A ansiedade por si só não é algo ruim, pois sem ela teria sido muito difícil sobreviver enquanto espécie.
Você deve começar a se preocupar quando a sensação de ansiedade começa aparecer em momentos onde não parece haver risco real para sua integridade.
E também quando os sintomas parecem mais intensos do que deveriam ser, portanto, a ansiedade só é problema quando a sua intensidade não condiz com o contexto.
Pense na seguinte situação hipotética: você está em um auditório, pronto para fazer uma palestra para algumas dezenas de pessoas. Minutos antes de iniciar a apresentação, você começa a sentir falta de ar, o seu coração acelera, e em seguida você é obrigado a abandonar o auditório devido ao mal estar. Nos dias seguintes, mesmo os médicos não detectando nenhum problema físico, o sintoma de mal estar ocorre diversas vezes.
Este é um exemplo onde podemos supor que uma crise ansiosa aconteceu, pois não havia ameaça real à sua integridade.
A ansiedade é composta por um grande conjunto de sintomas físicos, cognitivos e comportamentais. Alguns dos sintomas mais frequentes são:
Físicos: Dormência ou formigamento, sensação de calor, suor (não devido ao calor), dificuldade de respirar, sensação de desmaio, tremores, desconforto no abdômen, palpitação ou aceleração no coração.
Cognitivos: Medo de perder o controle, medo de morrer, sensação de que pode surtar a qualquer momento, pensamentos acelerados e não conseguir relaxar.
Comportamentais: Ficar irritado constantemente, evitar contato com outras pessoas, evitar sair da rotina.
Quando a ansiedade se torna intensa ela pode resultar em diversos transtornos, que possuem diferentes padrões cognitivos e comportamentais, sendo a ansiedade e o medo as características mais acentuadas. É importante ter em mente que os transtornos se diferenciam do medo ou da ansiedade adaptativa por serem excessivos ou persistirem além de períodos apropriados. Os transtornos ansiosos mais comuns são:
Pessoas com TAG sentem ansiedade e preocupação excessiva acerca de diversos eventos ou atividades, sendo essa preocupação desproporcional ao impacto real do evento. Pessoas com esse transtorno geralmente se preocupam com situações da vida diária, como o trabalho, finanças e sua saúde ou com a de membros de sua família.
No TOC é como sofrer com obsessões como pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes, além de compulsões como lavar as mãos, arrumar as coisas, verificar algo diversas vezes. Sendo que esses comportamentos visam reduzir a ansiedade ou evitar uma situação temida. No entanto, esses comportamentos não possuem uma conexão realista com o que visam neutralizar.
Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso que alcança seu pico em minutos, e durante o qual ocorrem sintomas como: taquicardia, falta de ar, náusea, desconforto abdominal, tontura, vertigem ou desmaio, medo de morrer, dentre outros.
O transtorno de pânico é quando esses ataques acontecem de maneira recorrente, fazendo com que o indivíduo comece a sentir medo dos próximos ataques, devido a sua recorrência inesperada.
Os indivíduos com fobias se esquivam de objetos ou situações específicas, como por exemplo: medo de voar, de altura, de animais etc. Quando indivíduos com fobias são postas de frente ao objeto ou situação fóbica, emitem uma resposta imediata de medo ou ansiedade. Podemos considerar essa reação como desproporcional quando ela não condiz com o perigo real imposto pela situação ou pelo objeto.
Se caracteriza por medo ou ansiedade em situações onde o indivíduo tenha de se expor a uma possível avaliação de outras pessoas, como por exemplo: manter conversas com pessoas que não são familiares, falar em público, ser observado em situações públicas.
Pessoas com essa condição estão frequentemente se esquivando de situações onde pensem que estão sendo julgadas pelos outros.
O tratamento para os transtornos ansiosos deve levar em consideração o grau de intensidade e duração dos sintomas. O profissional que estiver acompanhando o paciente deve avaliar e fazer as indicações necessárias.
Dentro dessas possibilidades temos a psicoterapia e o tratamento medicamentoso com as indicações mais comuns. Entenda melhor como cada uma funciona.
A ansiedade quando se torna um transtorno, deixa o corpo quimicamente desregulado. A medicação tem como principal função regular o funcionamento corporal gerando mudanças na quantidade de substâncias produzidas pelo cérebro, sendo essas substâncias chamadas de neurotransmissores.
Em casos leves do transtorno de ansiedade, apenas a psicoterapia é suficiente para que o paciente consiga lidar com suas emoções e restabeleça seu equilíbrio emocional. Entretanto, em casos moderados e graves, pode ser necessário o uso de medicamentos como os ansiolíticos, desta forma, o corpo e mente estarão caminhando juntos para uma melhora significativa dos sintomas.
O remédio acalma o corpo e ajuda na disposição, a psicoterapia direciona esta energia nova, por isso o ideal é que o psicólogo e o psiquiatra estejam alinhados com os objetivos do tratamento.
É importante ressaltar que apenas medicamentoso pode não ser eficaz a longo prazo, pois o remédio vai tratar o corpo, e as questões sociais e comportamentais que estão relacionadas com o processo ansioso também precisam ser trabalhadas.
A intervenção deve acontecer a partir do momento em que você sente que a ansiedade está comprometendo a sua rotina e gerando consequências como como: insônia, dificuldade para se concentrar, dificuldades de cumprir com as obrigações, rompimento de relações pessoais e profissionais, perdas financeiras, dentre outras consequências que afetem a sua qualidade de vida.
Vale lembrar, que o processo de psicoterapia com psicólogo não é apenas para casos avançados dos transtornos, é um processo de autoconhecimento que pode te ajudar a evitar o desenvolvimento de transtornos ansiosos e depressivos. Desta forma, quanto antes a intervenção começar, melhores serão os resultados.